A indústria da aviação russa tem enfrentado uma crise crescente, agravada pelas sanções ocidentais impostas após a invasão total de Putin à Ucrânia1. A situação tem se deteriorado continuamente, com consequências significativas para a economia russa e a indústria da aviação em particular.
Impactos das Sanções
As sanções de 2022 provaram ser mais difíceis de digerir para as companhias aéreas russas. Em poucos dias, as companhias aéreas russas, que estavam intimamente integradas ao mercado global, perderam destinos internacionais, contratos de leasing e suporte técnico para seus aviões estrangeiros, parcerias com outras transportadoras, software estrangeiro, seguros e outros serviços2. Além disso, a Airbus e a Boeing interromperam o fornecimento de peças de aeronaves e serviços para as companhias aéreas russas, apertando ainda mais a indústria da aviação do país6.
Foco no Mercado Doméstico
Com a perda de destinos internacionais e suporte técnico para seus aviões estrangeiros, as companhias aéreas russas não tiveram outra escolha senão se concentrar no mercado doméstico. No entanto, mesmo este setor está enfrentando dificuldades. Onze aeroportos no sul da Rússia, incluindo vários destinos de férias populares, foram fechados para aeronaves civis desde 24 de fevereiro do ano passado, quando a Rússia lançou sua “operação militar especial”2. Além disso, os voos internacionais ainda são duas ou três vezes mais lucrativos para a Aeroflot do que os domésticos2.
Perspectivas Futuras
A meta principal para a aviação civil russa agora é se manter à tona até 2030. Até lá, a indústria de aeronaves domésticas deve começar a fornecer novos aviões, embora haja grandes dúvidas sobre quão realistas são esses planos2. A aviação russa não desaparecerá tão cedo, mas se tornará mais autossuficiente. A exclusão do suporte técnico e da comunicação em larga escala da indústria certamente será sentida. A isolamento intelectual e tecnológico não pode ser uma coisa boa, independentemente das circunstâncias2.