Trabalhadores do metrô de São Paulo reúnem-se hoje (14), em assembleia às 18h, para decidirem sobre uma possível greve a partir das 0h de terça-feira (15). O motivo é a oposição à privatização das linhas de metrô e trem, visando aprimorar o serviço à população.
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, expressou preocupação com a intenção do governo de privatizar todo o sistema. Ela argumentou que isso resultaria em pior qualidade de serviço e aumento das tarifas. Como exemplo, mencionou as falhas frequentes nas Linhas 8 e 9, gerenciadas pela Via Mobilidade desde o início do ano. Contrariando as alegações do governo, Camila destacou que tais contratos de privatização não economizam dinheiro para o Estado, mas, ao contrário, geram mais gastos, além de permitir a retirada de recursos do metrô e da CPTM para empresas privadas.
A greve foi programada para amanhã devido ao edital de terceirização dos serviços de manutenção da Linha 15 – Prata (monotrilho) e à notícia de que o grupo CCR buscará anular a decisão que cancelou o leilão da linha. Camila informou sobre uma ação no Tribunal de Contas do Estado questionando esse edital, pois ele não exige garantias de serviço da empresa vencedora.
A presidente do sindicato expressou esperança de que a greve seja evitada por meio de um acordo com o Metrô. Ela ressaltou a importância de manter a Linha 15 – Prata como uma linha pública com mais investimentos estatais.
A greve também é um protesto contra a demissão de três funcionários após a colisão de composições da Linha 15 – Prata, que paralisou a operação. O acidente ocorreu entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto, na zona leste, antes do início da operação comercial.
Camila contestou a atribuição de culpa aos funcionários, argumentando que a linha já registrava diversas falhas de operação.
Além disso, foi decidido formar um plebiscito para avaliar a opinião da população sobre a privatização das empresas de metrô, trem e saneamento básico (Sabesp). A presidente do sindicato informou que esse plebiscito ocorrerá em setembro, juntamente com uma mobilização unificada em outubro.